sábado, 11 de janeiro de 2020

A origem do café em Minas Gerais


No início do século 18, o ouro de Minas passou a ser enviado também para outro caminho, o chamado "Caminho Novo". Através desse caminho, o ouro extraído em Minas era levado pelos tropeiros, em carro de bois, até o porto do Rio de Janeiro. Mas voltavam com outra riqueza: o café. 

Levavam ouro e traziam sementes de café. O plantio de café no território mineiro iniciou-se também no século XVIII. Com o declínio do Ciclo do Ouro, o café passou a ser a maior riqueza produzida no Estado, tendo sua produção chegado ao auge, no século XIX e início do século XX. 

O Caminho Novo, era o principal corredor de envio de café para a Europa.  Como esse "Caminho Novo" era na região da Zona da Mata Mineira, a região foi a pioneira no plantio de café em Minas Gerais. 

(na foto abaixo, enviada pelo Tadeu Gomes, cafezais em Imbiruçu, distrito de Mutum MG, Leste de Minas)


O plantio foi crescendo, novas fazendas surgindo e a riqueza aumentando. A Zona da Mata foi a região mais rica de Minas até o início do século 20. Desde que foi introduzido em Minas, o café gerou riquezas e imponentes construções se destacam nas sedes das fazendas. 

Boa parte das grandes fazendas de café estão na Zona da Mata. A que mais se destaca é a Fazenda Santa Clara, em Santa Rita de Jacutinga MG, considerada a maior construção colonial das Américas. São vários casarões existentes na região, que marcam o período do café. Algumas ainda em atividades, outras, se transformaram em hotéis fazenda. 




No início do século XX, muitos mineiros migraram para o oeste de São Paulo com o objetivo de plantar café o que acabou reduzindo a hegemonia da Zona da Mata. Com o sucesso do plantio do fruto em Minas e São Paulo, novas plantações foram surgindo em outros estados brasileiros como Espírito Santo e Rio de Janeiro. Hoje é plantado em praticamente todo o país. 

O café gerou riquezas para Minas Gerais, sendo passo importante para a industrialização do Estado. Começou na Zona da Mata e se estendeu por boa parte de Minas, gerando novos empregos e com a criação de novas empregos com o surgimento de têxtis, alimentícias, siderúrgicas, construção de usinas hidrelétricas, etc.


Matas de Minas



A Zona da Mata Mineira continua sendo uma das grandes produtoras de café não só em Minas, mas em todo o Brasil. Produz café tradicional e cafés especiais. O café especial da Zona da Mata e Leste de Minas é o Matas de Minas.

O café produzido é o cereja e nessa região a opção é pelo cereja descascado. Seu aroma é achocolatado, sabor cítrico, com acidez média, doçura alta e corpo médio a encorpado. 

É de ótima qualidade, se destacando sempre em concursos de cafés especiais, tanto no Brasil como no exterior, com mercado de exportação para Japão, Estados Unidos e vários países da Europa.

Essa região cafeeira é composta por 63 municípios, se destacando Alto Caparaó, Ervália, Manhumirim, Carangola, Alto Jequitibá, Araponga, Espera Feliz, Muriaé, Pedra Dourada, Tombos, Caparaó e Viçosa. Gera 75 mil empregos diretos e cerca de 150 mil empregos indiretos. 

Por Arnaldo Silva 

As fotos que ilustram a matéria, exceto a primeira foram cedidas pelo Ricardo e Widma de Alto Caparaó MG, do Sítio Pé de Breu, produtor de um dos melhores cafés especiais da região.

Fonte: encurtador.com.br/cOU12

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